No segundo semestre deste ano, o varejo do Rio Grande do Sul começa a, obrigatoriamente, adotar um novo modelo de emissão de notas fiscais para o consumidor final. O procedimento, que atualmente é oneroso para empresas, contadores e órgãos de fiscalização – e que exige do consumidor a guarda do documento fiscal para uso futuro – passará a ser mais rápido, barato e prático para todos os envolvidos com a adoção da Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e), lançada pela Secretária da Fazenda do Estado (Sefaz-RS) em novembro.
Entre as empresas que participaram do projeto-piloto de implantação (Panvel, Maxxi – Walmart, Paquetá, Tok & Stok e Zaffari) o sentimento é de satisfação com a transição, que tem reduzido custos e diminuído obrigações acessórias do atual modelo. Já os consumidores não precisam mais se preocupar em guardar a nota fiscal em papel, já que ela fica armazenada no banco de dados da Sefaz e pode ser acessada a qualquer momento. O consumidor pode receber o documento por e-mail ou usar a imagem de QR Code para ser direcionado à página eletrônica.
O coordenador do projeto da NFC-e na Sefaz-RS, Vinicius Pimentel de Freitas, destaca que a mudança simplifica o tratamento das informações fiscais, emitidas em tempo real para o órgão, assegurando ao consumidor que o documento foi emitido para fisco. Freitas lembra que as empresas gaúchas já podem aderir voluntariamente ao novo sistema de emissão e que a obrigatoriedade pode vir a partir de setembro deste ano. “Já encaminhamos uma sugestão de cronograma de implantação para a Casa Civil e a expectativa é de que a regra seja publicada no Diário Oficial do Estado nas próximas duas semanas.”
Na tarde de ontem, a Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac) promoveu um encontro para apresentar o novo método de emissão de Notas Fiscais para empresas e profissionais das áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Contabilidade. “A NFC-e é um grande negócio, principalmente para os contadores”, destacou, durante o evento, a contadora e tributarista Daisy Machado. Com o envio automático de informações para a Sefaz, obrigações acessórias deixam de ser necessárias, acrescenta.
A Tok & Stok, que tem duas lojas na Capital e previsão de abrir mais uma na cidade, ainda neste ano, tem emitido a NFC-e em uma de suas lojas e já contabiliza benefícios. “Tivemos redução de custo com aquisição e armazenamento de impressoras fiscais, além de redução no custo de papel”, revela o coordenador de TI da rede, Elias Ferreira. Hoje, detalha Ferreira, a troca de impressora, quando necessária, é feita de forma mais rápida e sem a burocracia de antes. “Os clientes também estão gostando e já começam a aderir à NFC-e”, comenta. Ferreira projeta que, antes da obrigatoriedade, mais uma loja da rede na Capital já estará adequada ao novo sistema e a filial prevista para ser aberta neste ano, já iniciará as atividades emitindo NFC-e.
Fonte: Jornal do Comércio