Ex-república soviética que conquistou a independência em 1991, a Estônia tem 1,3 milhão de habitantes que vivem em uma área que corresponde à metade do Estado de Santa Catarina. No entanto, conta com alto índice de desenvolvimento humano
É considerada uma referência na adoção da tecnologia blockchain para operações cotidianas — a ponto de ser apelidada de “Nação Blockchain” por alguns.
Esse pioneirismo, no então, não foi obra do acaso. A Estônia foi alvo de um grande ataque cibernético em 2007, fato que impulsionou as pesquisas com tecnologia nos anos seguintes.
O país emprega a tecnologia blockchain para garantir a segurança de dados do governo, como registros médicos, legais e policiais.
Conhecida pelo alto grau de digitalização e pelo uso intensivo de Blockchain, a Estônia aprofundou um pouco mais sua veia tecnológica. Em votação quase unânime — 83 votos a favor e apenas 1 contrário — o Parlamento local aprovou na última quarta-feira (3) a criação de um “Visto Nômade Digital”.
Esse novo visto permite que pessoas de outros países entrem na Estônia como turistas e, ao mesmo tempo, possam continuar trabalhando para um empregador estrangeiro ou como freelancer, independentemente da localização.
O chamado “nomadismo digital” costuma cair em um limbo entre o turismo simples e um visto de trabalho. A autorização especial aprovada pela Estônia para pessoas que se encaixam nesse perfil preenche tal lacuna.
De acordo com o site de notícias ERR, a Estônia é um dos primeiros países do mundo a permitir que os nômades digitais solicitem um visto para trabalhar remotamente.
“O visto nômade digital fortalecerá a imagem da Estônia como um ‘estado eletrônico’ e ajudará o país a ser mais influente na arena global”, afirmou o ministro do Interior, Mart Helme, segundo o portal Estonian World.
A Estônia estima uma emissão máxima de 1.800 vistos dessa natureza por ano.
Nômade digital
A aprovação do Visto Nômade Digital vai ao encontro de uma série de dispositivos já criados pelo país europeu para desburocratizar a abertura de negócios e a circulação de capitais, bem como facilitar a atuação de empreendedores que estiverem interessados em atuar por lá.
Sem precisar viajar à Estônia, por exemplo, é possível se inscrever no programa de e-Residency (uma espécie de cidadania eletrônica) e obter uma licença de operação dentro da União Europeia — a Estônia integra o bloco comum europeu desde 2004.
A aprovação do Visto Nômade Digital aprofunda essa política e vai ainda de acordo com o pensamento da presidente do país, Kersti Kaljulaid, explicitado em outubro de 2018 no Twitter.
“O trabalho não é um lugar onde você vai, é o que você faz. Governos e Estados precisam se ajustar ou a nova geração digital vai pular fora”.
Fonte: mandee.com