Ex-secretário da Receita falou em webinar do migalhas.com.br sobre medidas tributárias durante pandemia.
Para o consultor, a situação vivenciada é de incerteza absoluta, com uma lição clara de que um problema da humanidade, é da humanidade. “Não adianta eu tentar resolver um problema aqui e esquecer de um problema que fica no Sudão. Ele vai chegar para mim. Nós estamos diante de um fenômeno aleatório, incontrolável e de absoluto desconhecimento do que se trata”.
O especialista destacou, ainda, que os compromissos fiscais, neste instante, são irrelevantes. Para ele, é preciso ter humildade para reconhecer que estamos diante de um problema que nenhum país e serviço de inteligência do mundo foi capaz de antecipar, por isso, não se podem ter soluções individualizadas.
“O problema da humanidade não se fraciona. Não é o momento de especular sobre isso, de maneira objetiva, o que deve fazer o Estado é o controle do processo antes que seja controlado pelo próprio processo.”
Para o ex-secretário, tomar iniciativa de moratória quer dizer “fazer uma moratória antes que venha de forma desorganizada”: por uma decisão judicial ou faticamente por uma desobediência civil.
Defendeu, ainda, que o papel do Estado nesse instante é dar construção política a decisões de natureza técnica.
“Cabe ao estadista fazer uma construção política que viabilize uma solução técnica, pois neste instante quem está no comando é a política sanitária. Essa política que tem que dizer o que que precisa da gente, o que podemos fazer para dar viabilidade. A nossa responsabilidade agora é salvar vidas”.
Fonte: migalhas.com.br