Bem, todos sabemos que os bancos surfam nos lucros exorbitantes tomados, em grande parte, dos poupadores e tomadores de créditos.
Bradesco, um dos bancos que sofre ação o CADE para averiguar as recusas de aberturas de contas, transferências de dinheiro lícitos para corretoras e exchanges, com a rasa argumentação de se tratar de setor não regulado.
O Blockchain registra as operações de criptoativos de maneira eficiente. Embora não regulado, isso me interessa.
Doutra banda, estamos perdendo tempo em lançar uma criptomoeda (tipo: Bradescoin). Mas se lançarmos, podemos estar sinalizando aos nossos clientes que o setor de criptoativos é rentável, e assim, pode haver um efeito rebanho, o que pode levar a perda significativa de muitos poupadores dedicados. Então vamos disfarçar, primeiro o gato sobe no telhado, em outras palavras, lançamos um “stablecoin”, depois o gato cai do telhado, e lançamos nossa criptomoeda.
Em síntese apertada, é essa operação que todos os bancos irão fazer. O Bradesco e mais cinco bancos internacionais pretendem aderir ao IBM Blockchain World Wire(1), um sistema de pagamento internacional realizado por meio de uma moeda stablecoin. O sistema realiza pagamentos em tempo real para instituições financeiras regulamentadas.
Vejamos, o IBM Blockchain World Wire usa o blockchain público da Stellar (XLM), uma criptomoeda top 10 do criptomercado, com valor de mercado de US$ 2,2 bilhões, cujo projeto blockchain tem como foco pagamentos, assim como a Ripple com o XRP.
No momento a plataforma da IBM só opera com um token baseado no dólar americano criado pela startup Stronghold, com sede em São francisco (EUA). O lastro do token é o dólar, mas a IBM aguarda autorização dos reguladores dos EUA. Portanto, nenhuma transação ainda foi realizada.
Bradesco: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
(1) - o World Wire é a primeira rede de blockchain a integrar serviços de mensagens e confirmações de pagamento, compensação e liquidação de ativos em uma única rede.
Por
Vinicius Ferrasso