Recentemente tive o “prazer” de apresentar um seminário sobre a obra “A rua grita Dionísio” na Aula do ilustre Prof. Leonel Severo Rocha, aluno-amigo-irmão do saudoso Prof.Warat. A parte mais sedutora da apresentação foi quando eu e minhas duas colegas, apresentamos um vídeo do Prof. Warat para nossa classe e percebemos que lacrimejava o Prof. Leonel, certamente lembrando a inesquecível convivência com Warat. Quando começamos a falar de corpos, sedução, sensibilidade, cabaré e etc. Todos ficaram boquiabertos. Alguns se perguntavam: Isso é direito? Claro, para quem não conhece Warat, acha a priori tudo muito estranho. É que Warat acreditava em tudo isso no Direito, porque queria a transdisciplinaridade. Repudiava o senso comum teórico dos juristas, o normativismo intoxicava o seu corpo, dizia que se comunicava com os juristas com gramáticas totalmente diferentes, embora academicamente tendo sido criado no positivismo normativista. E isso é que lhe faz diferente, ter sido criado pela serpente, e consigo intelectualmente se distanciado dela. Isso faz de Warat único, mas infelizmente não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Mas confesso quanto mais o leio, mais o tenho presente na minha vida acadêmica. Warat já conseguia identificar a capa ideológica na qual os juristas se escondem para não ouvir os grito das ruas!
Fonte: O autor